Resenha

Fique comigo – Ayòbámi Adébáyò

Fique Comigo é a obra de estreia da escritora nigeriana, Ayòbámi Adébáyò, finalista do Baileys Women’s Prize for Fiction de 2017 e eleita um dos melhores livros do mesmo ano.

Tendo como pano de fundo a turbulência política e social da Nigéria dos anos 1980, Fique comigo é a história da nigeriana Yejide, que conhece e se casa com Akin ainda na faculdade e, desde então, nunca conseguiu engravidar dele.

Ao casar com Akin, Yejide achava que tinha conquistado o espaço que tanto desejava dentro de uma família, mas para a família de Akin, Yejide não tem valor nenhum se ela não engravidar.

Na família de Akin, as antigas tradições culturais permaneciam quase imutáveis e o casamento de Akin e Yejide estava se tornando uma desonra para a família. Por conta disso, Akin é bombardeado pela mãe com mulheres candidatas a segunda esposa. O limite chega para Yejide quando Akin decide aceitar Funmi como sua segunda esposa.

De maneira resumida, este é ponto principal da história. A partir deste momento, a história traz uma sucessão de erros cometidos pelos personagens por causa da invasão e a pressão dos familiares.

O livro trata a questão da maternidade como um papel muito importante na sociedade nigeriana, mas contém um pano de fundo bem interessante, mostrando uma Nigéria turbulenta politicamente com um governo sofrendo golpes militares.

Ultimamente, tenho procurado ler mais livros de autoras negras e tenho me encantado pela literatura produzida na Nigéria. Conceição Evaristo, renomada autora brasileira, ressalta a importância de se colocar a mulher negra no protagonismo da cena de maneira humanizada, o que Ayobami consegue fazer com maestria.

Yejide é uma personagem muito humana. Tem suas qualidades e seus defeitos, por isso é tão difícil terminar o livro. O leitor sente como se estivesse abandonando alguém querido, a construção de personagens é tão incrível que é fácil esquecer que se trata de ficção. 

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