Gregor,  Resenha

Gregor, o Guerreiro da Superfície – Suzanne Collins

Gregor, o Guerreiro da Superfície
Suzanne Collins
Galera Record, 2008
300 páginas

Gregor tem 11 anos e uma vida complicada: tem duas irmãs mais novas, uma avó que vive em um mundo à parte, sua mãe trabalha em dois empregos diferentes e o pai desapareceu há mais de dois anos. Mas tudo se complica ainda mais quando ele cai através de um duto de ventilação na lavanderia do prédio onde mora, e encontra um incrível universo desconhecido sob a cidade de Nova York. Agora, apesar de seus protestos, o menino precisa liderar um estranho grupo de humanos e animais gigantes numa missão que pode salvar o Subterrâneo – além de ser a única saída para encontrar seu pai.

Imagine se Alice ao invés de cair na toca do coelho caísse por um duto de ventilação? E então, ao invés de parar no país das maravilhas, ela parasse em um mundo subterrâneo com baratas gigantes e ratos falantes? Foi a partir dessa ideia que surgiu a série Gregor, de Suzanne Collins, aclamada autora da série Jogos Vorazes. Eu iniciei a leitura sem muita pretensões já que o livro é infanto-juvenil, mas agora posso afirmar que me surpreendi com a fluidez da narrativa de Gregor e logo de início conclui que independente da trama desenvolvida, Suzanne Collins é definitivamente talentosa.

O livro narra a história de um jovem de 11 anos, o Gregor que tem uma vida complicada: duas irmãs mais novas, uma avó que vive em um mundo à parte, uma mãe que trabalha em dois empregos diferentes e o pai que desapareceu há mais de dois anos. No entanto, inesperadamente ele mergulha com sua irmã mais nova em um duto de ventilação na lavanderia do prédio onde mora, e encontra um incrível universo desconhecido sob a cidade de Nova York. Apesar de a premissa central ser a queda proposta em Alice no país das maravilhas, a trama é elaborada de uma forma bem inusitada. Ao chegar ao subterrâneo Gregor não tem muita certeza de que aquilo é realidade ou se está apenas sonhando, contudo, não demora para que ele e sua irmãzinha Boots (uma fofa ) se depararem com situações para lá de complicadas: encontrar baratas gigantes e que ainda por cima falam é só o começo da certeza de que eles não estão vivendo um sonho.

Quando a realidade atinge Gregor, ele entra em desespero. Eles estão indefesos em um lugar estranho repleto de criaturas desconhecidas e, pior, precisam voltar para casa antes que sua mãe volte do trabalho. Porém, eles não foram para o subterrâneo por acaso e depois de quase morrer e ser salvo pelos humanos e seus morcegos na cidade chamada Regalia, Gregor decidiu saber um pouco mais sobre onde estava e como poderia ir embora… Investigando sobre isso, soube da tal Profecia Cinzenta que havia sido escrita pelo descobridor do Subterrâneo, onde todos acreditavam que havia um guerreiro da Superfície que vinha para lhes trazer a “luz” – metaforicamente significando a paz. Além disso, os moradores do subterrâneo acreditam ser ele o guerreiro da Profecia.

“Um guerreiro ousado, corajoso e poderoso, sobre quem os subterrâneos contariam histórias durante séculos. Ele quase se pôde ver liderando um esquadrão de morcegos em um combate, assustando os ratos, salvando o Subterrâneo de… – Guégo, fiz xixi! – Boots anunciou. E ali estava ele, um garoto com um capacete engraçado, com uma lanterna velha e um monte de pilhas que ele nem tinha testado para ver se ainda tinham energia. O poderoso guerreiro pediu licença e trocou uma fralda”.

Mesmo tendo certeza de que ele não era esse tal guerreiro, quando Gregor soube que seu pai, que havia desaparecido há dois anos, também tinha caído no Subterrâneo e estava aprisionado pelos ratos, o garoto decidiu que a única forma de salvar seu pai e talvez a si mesmo e a Boots seria lutar e fingir ser um guerreiro – mesmo sem saber muito bem como. E foi então que a guerra contra os ratos, prevista na Profecia Cinzenta, começou, assim como, uma aventura cheia de ação e mistério!

Minhas impressões

Quando comecei a ler Gregor não imaginava o quão incrível o mundo subterrâneo poderia ser! No início, pensei em lugares e bichos nojentos, mas nos deparamos com Regália, um local repleto de belas construções e de humanos fantásticos de olhos roxos e pele quase translúcida. Obviamente, os lugares e bichos nojentos estão presentes, e em tamanhos bem maiores, mas, com uma descrição super leve, a autora nos faz ter vontade de entrar por um bueiro esperando entrar em uma aventura tão fantástica quanto a de Gregor.

Gregor, é um personagem incrível, para um garoto de somente 11 anos ele é inteligente, responsável e cheio de emoções. O livro é rodeado de segredos que nos envolvem na história de uma forma leve e simples e o mais legal é que aos poucos a autora insere informações que dão novos rumos para a narrativa, criando fortes laços de amizade, companheirismo e humanidade, descrevendo lições de superação e transformação. Gregor é jovem e ao mesmo tempo tão maduro para sua idade, temos um fator agravante que o torna “o homem da casa” e tal responsabilidade faz dele um personagem que queremos proteger e cuidar!

Luxa, a rainha de Regália, no entanto, é a minha personagem preferida, uma rainha de personalidade forte e que, alada em um morcego, faz a nossa imaginação voar com ela. Uma leitura fácil, rápida e simplesmente emocionante que já nos deixa na ansiedade por várias continuações. Um livro envolvente, instigante e super divertido, onde se aprende com esse jovem guerreiro que a esperança sempre deve estar em nossos corações, mesmo em momentos difíceis, se permitindo nunca deixar de sonhar…

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