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Juntando os Pedaços – Jennifer Niven

Juntando os Pedaços
Jennifer Niven
Seguinte, 2016
392 páginas

Jack tem prosopagnosia, uma doença que o impede de reconhecer o rosto das pessoas. Quando ele olha para alguém, vê os olhos, o nariz, a boca… mas não consegue juntar todas as peças do quebra-cabeça para gravar na memória. Então ele usa marcas identificadoras, como o cabelo, a cor da pele, o jeito de andar e de se vestir, para tentar distinguir seus amigos e familiares. Mas ninguém sabe disso — até o dia em que ele encontra a Libby. Libby é nova na escola. Ela passou os últimos anos em casa, juntando os pedaços do seu coração depois da morte de sua mãe. A garota finalmente se sente pronta para voltar à vida normal, mas logo nos primeiros dias de aula é alvo de uma brincadeira cruel por causa de seu peso e vai parar na diretoria. Junto com Jack. Aos poucos essa dupla improvável se aproxima e, juntos, eles aprendem a enxergar um ao outro como ninguém antes tinha feito.

Bem, como começar a falar sobre o livro que foi uma verdadeira montanha-russa de emoções? Eu fiquei tão emocionada, em muitas partes fiquei com aquele sorriso bobo no rosto sabe? Tudo porque esse livro me fez lembrar das coisas na vida que realmente importam e da importância de termos empatia com as pessoas ao nosso redor! Nós não sabemos a batalha que elas enfrentam diariamente, a nós, cabe apenas respeitá-las!

O livro conta a história de duas personagens: Jack Masselin e Libby Strout, dois jovens que não tinham nada em comum, mas que acabaram se unindo e enfrentando todas as dificuldades juntos!

Jack Masselin é o típico jovem rico, popular, atraente e namorado da garota mais popular da escola. No entanto, quem conhece seu jeito arrogante e seu sorriso encantador nem imagina o grande segredo que ele guarda. Jack possui uma doença chamada prosopagnosia, que o impede de reconhecer o rosto das pessoas, até mesmo de seus familiares. Para manter seu “disfarce”, diariamente, ele usa algumas marcas identificadoras para reconhecer cada pessoa, como por exemplo, a cor da pele, o tipo do cabelo ou algum sinal que as torne únicas. Porém nem sempre esse método é eficaz e, por não compartilhar sua doença nem mesmo com seus pais, Jack vive uma vida cheia de insegurança e incertezas, dançando conforme a música e se virando como pode.

Por outro lado, temos Libby Strout que já foi considerada a adolescente mais gorda dos Estados Unidos. Desde muito pequena, Libby já sofria com a falta de aceitação de seus colegas e professores por fugir do padrão das crianças de sua idade. Porém, seu problema tornou-se mais complicado aos dez anos após a morte de sua mãe. O pânico e o medo da morte se tornaram uma constante na vida de Libby, que encontrou na comida a forma de aliviar sua tensão e sua dor. Trancada em casa e com medo do mundo, Libby chegou a pesar quase 300 kg, precisando ser resgatada de sua própria casa no intuito de ser submetida à ajuda especializada. Mesmo em meio a comentários maldosos, mensagens de ódio gratuito e algumas mensagens de superação, Libby percebe que precisa reagir e virar o jogo.

A perda da minha mãe era tão grande que parecia que eu estava carregando o mundo. Então, comecei a comer – muito – carregar o peso a mais não parecia fazer diferença. Mas acabou sendo demais. É por isso que às vezes precisamos largar alguma coisa. Não dá para carregar tudo para sempre.

Então, após muitos anos estudando em casa e após perder 140 kg, Libby decide retornar a escola como qualquer jovem de sua idade para cursar o ensino médio. Ela precisará matar um leão por dia para conseguir lidar com sua nova vida. As mensagens de ódio continuam a serem propagadas, as piadinhas e olhares tortos também, mas o encontro turbulento entre Libby e Jack será humilhante e um verdadeiro divisor de águas na vida deles.

Minhas impressões

O livro é narrado de forma intercalada entre as perspectivas de Libby e Jack, o que se encaixou perfeitamente na história. Conseguimos ver que mesmo vivendo em mundos completamente diferentes, é evidente o quanto a solidão afetou ambos os jovens, fazendo-os muitas vezes esconderem sua verdadeira essência. O medo de ser diferente, que todos nós já sentimos algum dia, os impediu de viverem a melhor fase de suas vidas e descobrirem que a vida é um aprendizado, e que são os erros e fracassos que nos tornam mais fortes.

Foi incrível acompanhar o amadurecimento das personagens e perceber o quanto seus problemas eram reais, podendo ser vivenciados por mim. Eu senti a dor de Libby ao perder a mãe e a de Jack ao não conseguir reconhecer seu próprio irmão. Foi incrível ver que eles se uniram e que, juntos, conseguiram derrubar barreiras psicológicas que os permitiu criar pontes para alcançar possibilidades jamais imaginadas.

Você não é uma aberração. Alguém gosta de você. Alguém precisa de você. Não tenha medo de deixar o castelo. Tem um mundo enorme e maravilhoso lá fora.

Eu estou extremamente apaixonada pelo livro, não esperava sentir tantas emoções. Se você procura uma história emocionante e inspiradora, essa leitura é para você!

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