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Unboxing TAG Inéditos: Kit Janeiro/2020

Uma das minhas metas de 2020 é voltar a ler como em 2017. Com base nessa meta, decidi assinar a TAG Inéditos. Imagine receber em casa, todo mês, uma edição exclusiva de um livro surpresa escolhido não por uma prima ou um amigo, mas por um escritor de verdade, talvez até um vencedor de um Prêmio Nobel…

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Essa é a experiência oferecida pela TAG. Instalada em Porto Alegre, a empresa vem desafiando a máxima de que “brasileiro não gosta de ler” e tem conquistado cada vez mais assinantes.

A ideia foi baseada em antigos Clubes do Livro. A renovada onda dos clubes de assinatura – vinhos, cervejas, etc. – reacendeu um sonho: trabalhar com literatura. Por que não um clube de assinatura de livros? Bastou segundos para os fundadores se lembrarem do antigo Círculo do Livro, sucesso literário das décadas de setenta e oitenta que vendia, em um modelo de assinatura, obras disponibilizadas em catálogo e cujas edições muitos ainda possuem em suas bibliotecas pessoais.

Como funciona?

A TAG possui uma equipe de curadoria que investiga os lançamentos que estejam fazendo sucesso entre os leitores ao redor do mundo, mas que ainda não tenham vindo ao Brasil, para trazer, em primeira mão, aos associados.

No geral, os livros são best-sellers de leitura rápida e linguagem contemporânea, daqueles repletos de diálogos e cenas emocionantes, que fisgam o leitor desde as primeiras páginas.

Em parceria com uma editora brasileira, é feita a tradução e o projeto gráfico e editorial. Alguns meses depois de receber o livro, o lançamento poderá ocorrer nas livrarias, mas a edição que você encontrará nas prateleiras será diferente, pois a do clube são limitadas e exclusivas aos associados.


Kit de Janeiro/2020

O primeiro Kit foi muito especial para mim, pois além do livro vieram vários mimos especiais na 1ª caixinha do ano.

Agenda 2020

Um dos mimos mais amados e pedidos pelos leitores abre o ano das caixinhas uma agenda 2020 que homenageia a literatura africana.

A agenda tem capa dura, miolo colorido e fitilho. Todas as ilustrações são exclusivas e assinadas pela artista Diana Ejaita, cujo trabalho já foi capa da New Yorker e do Google Doodle!

A agenda está recheada com indicações de livros, filmes, séries e músicas africanas, escolhidas por Jarid Arraes, Marcelo D’Salete, José Eduardo Agualusa, Ryane Leão, Fernanda Bastos e Mel Duarte.

Diário de Leituras

Diário de Leituras da TAG foi pensado para enriquecer nosso universo literário: em suas páginas, podemos registrar nossas leituras, citações favoritas, organizar a biblioteca, anotar obras desejadas e quais livros emprestamos ou pegamos emprestado. Para receber um exemplar, basta assinar o plano anual da TAG Curadoria ou da TAG Inéditos ou migrar de plano caso já seja associado. 🙂

Você pode acessar o vídeo oficial da tag para conhecer mais sobre o diário.

Livro – Nascido do Crime

O livro de janeiro foi “Nascido do crime”, escrito por Trevor Noah, um comediante, apresentador, locutor e ator sul-africano. 

O livro traz a história de vida de Trevor Noah que nasceu de uma relação ilícita. O que fez Trevor nascer de um crime foi o fato da mãe ser negra, o pai branco e ele ter nascido na África do Sul durante o Apartheid, regime de segregação racial em que dirigentes brancos se aproveitaram da vulnerabilidade da população negra para marginalizá-los. Ele foi criado e educado pela mãe, Patricia Noah, uma mulher forte, rígida, mas apaixonada pelo filho e decidida dar uma vida melhor a ele.

“Em qualquer sociedade forjada no racismo institucionalizado, a mistura de raças, além de expor a injustiça por trás do sistema, revela que ele é insustentável e incoerente. A miscigenação é prova de que raças podem se misturar e em muitos casos é isso mesmo que elas querem.” (p. 33)

Sem dúvida, a figura da mãe de Noah é muito forte, não apenas por ter sido uma mãe ousada e forte, mas sobretudo porque também errava na tarefa constante de fazer o melhor pelo seu filho.

Apesar de todas as privações de sua vida, Noah tentou administrar tudo da melhor forma. Foi uma criança levada, aluno rebelde e adolescente problemático, mas tudo isso nos é contado com muito bom humor, em uma prosa que vicia, envolve e emociona. Ele explica o apartheid com propriedade porque viveu aquilo – eu nunca tinha lido nada assim antes.

“A periferia me fez perceber que o crime prevalece porque faz a única coisa que o governo não faz: o crime cuida de todos. O crime é uma organização. O crime cuida dos jovens que precisam de apoio e uma mão amiga. O crime oferece programas de estágio, trabalhos de verão e oportunidades de promoção. O crime se envolve com a comunidade. O crime não descrimina.” (p. 244)

As reflexões e analogias sobre as situações do dia a dia são muito próximas a realidade que vivemos no Brasil, então vale muito como reflexão sobre a sociedade em que vivemos.

O livro ainda é um lançamento exclusivo para os assinantes da Tag Inéditos mas em breve será lançado pela Verus Editora, então fica aqui minha forte indicação de um livro leve, bem escrito, divertido e que além disso nos faz pensar com seriedade sobre temas fortes como racismo, violência, criminalidade.

3 Comentários

  • naty

    E notório como o mundo é diferente, inclusive as sociedades, por isso, o importante é tentarmos entender, e como você diz:

    ” As reflexões e analogias sobre as situações do dia a dia são muito próximas a realidade que vivemos no Brasil, então vale muito como reflexão sobre a sociedade em que vivemos. “

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